outubro 10, 2013 Por Haras Vista Verde

BUROCRACIA e FALTA DE PRODUTIVIDADE são decepcionantes no Brasil

OPINIÃO

No editorial da VEJA desta semana uma análise da falta de produtividade no Brasil. Estamos em 75 lugar no mundo em matéria de produtividade, o que atrasa o país, faz tudo custar mais caro e cria-se o vício da procrastinação = “empurrar tudo com a barriga”.

Um conceito simples do que é produtividade é FAZER MAIS COM MENOS.

Em tudo que fazemos na vida, se conseguirmos fazer com produtividade o resultado é sempre mais satisfatório. Infelizmente o ser humano por natureza é improdutivo, empurra com a barriga, cria burocracias… Isto gera empregos desnecessários, aumento nos custos, tudo mais caro, o famoso CUSTO BRASIL.

Vá a uma repartição pública e veja como isso acontece… costumo chamar de GINCANA. Sabe aquela gincana que brincávamos quando éramos criança. Achava-se uma prenda e nela tinha a dica para a próxima? Assim funciona uma repartição pública, e a maioria das empresas improdutivas.

  • Você chega para ser atendido e te deixam esperando, como se o tempo da pessoa fosse mais importante que o seu.
  • Você entrega uma série de documentos, e daqui a pouco eles falam: falta mais esse. Aí você trás esse e eles falam: “nova prenda”:  agora falta outro… e assim por diante.
  • Você liga para resolver uma situação, e começam a te pedir um monte de coisas só para “empurrar com a barriga”
  • Você manda um e-mail pra resolverem e te mandam outros 10 e-mails, um passando pra outro e ninguém resolvendo…

Tudo isso é procrastinação, burocracia e falta de produtividade.

Que bom seria se você ligasse pra resolver um problema e ele fosse resolvido na hora, sem “empurra empurra”. Você precisasse de um documento, rapidamente fosse atendido. Você quer uma resposta e ela vem direta, sem responderem outra que você nem perguntou…

Na minha empresa luto diariamente contra a burocracia, a falta de resolução rápida, a baixa produtividade. Uma batalha que não acaba nunca.

 

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setembro 25, 2013 Por Haras Vista Verde

Sugestões para os jockeys de Quarto de Milha de Corrida

Neste ano de 2014 o Haras Vista Verde completa 24 anos de criação de Quarto de Milha de Corrida.

Devemos ser um dos mais tradicionais criatórios da modalidade no Brasil.

Durante estes 24 anos, nos aprofundamos na criação e no Turfe, pelo Brasil e pelo Mundo. Contribuímos com as entidades. Fomos várias vezes conselheiro e Vice-Presidente da ABQM, Diretor do Jockey Clube de Sorocaba e do Centro Hípico d´Oeste e Presidente do Jockey Clube de Sorocaba.

Acumulamos experiências, erros e acertos. Conhecemos vários Hipódromos, Jockey Clubes e Canchas Retas no Brasil e no Mundo. Seja nos Estados Unidos, França, Argentina, Paraguai ou Brasil.

No ano passado criamos a Revista Quarto de Milha de Corrida, que com o objetivo de divulgar o haras e também fomentar a modalidade. Foi um sucesso. Neste ano, traremos a segunda edição, repleta de novidades e sugestões.

Em 2014 teremos novas lideranças nos mais importantes centros do cavalo Quarto de Milha de Corrida no Brasil, entre eles Sorocaba, Ceará e Avaré.

Com as experiências acumuladas ao longo destes 24 anos, nos sentimos na obrigação de abrir uma ampla discussão, através de sugestões para que a turfe do Quarto de Milha cresça ainda mais no Brasil inteiro.

Em nenhum momento, as sugestões tem caráter crítico, muito pelo contrário, tem caráter puramente construtivo. Todas as diretorias do Jockey Clube de Sorocaba que eu presenciei nestes 24 anos, as de antes de minha gestão, durante minha Presidência e depois deste período, foram formadas por pessoas de boa índole e caráter, que desenvolveram tudo aquilo que julgaram importante e positivo para a raça e para o jockey.

Nossas sugestões:

1) VOLTAR A TER DUAS TABELAS DE ÍNDICE – PADOCK E ANTIDOPPING

Sempre existiu duas tabelas. A diferença é brutal nos tempos de padock e antidoping.

Veja o exemplo de uma reunião qualquer. Por exemplo o dia 29 de junho, dia da final do GP RAINHA DA VELOCIDADE:

Vencedor do GP RAINHA DA VELOCIDADE – índice 90, tempo 16,76s para os 301 metros – com antidoping.

Neste mesmo dia corri uma potranca do STUD DOS AMIGOS, um páreo especial Haras Santa Maria e ela fez – índice 96, tempo 16,65s – sem antidoping.

Um amigo que nos visitava do Paraguai exclamou: Nossa, sua potranca é melhor que a RAINHA DA VELOCIDADE, marcou tempo melhor que a RAINHA… Ilusão pura!

2) REFORMULAR O GRANDE PRÊMIO TAÇA DE BRONZE, E TAÇA DE PRATA.

Estes GP, perderam a função. Possibilitam a “manipulação”, e isso está provado, com o Bronze e o Prata deste ano e do ano passado. Poucas inscrições, pois sabe-se de antemão que é corrida com resultado para poucos.

Os resultados comprovam. Em 2012, apenas 3 animais inscritos no Bronze.

ROYAL WINGS MAN RLT índice máximo em duas corridas anteriores = 73 è índice feito no BRONZE – 96

CHISELED OUSADIA índice máximo em duas corridas anteriores = 82 è índice feito no BRONZE – 103

FAVORITE GRANITE índice máximo em duas corridas anteriores = 81 è índice feito no BRONZE – 89

No Prata é o mesmo: FAVORITE era 89, fez 100 TIFANNY era 87, fez 94.

Se pegarmos o ano de 2013, acontece o mesmo:

KING SPECIAL TOLL ZO índice máximo em duas corridas anteriores = 82. VENCEDOR DO BRONZE = índice feito no BRONZE – 98

ASTRO HBR índice máximo em três corridas anteriores = 86. VENCEDOR DO PRATA = índice feito no PRATA – 98

Perceba a melhora inexplicável, sempre nestas provas.

3) VAMOS ACABAR COM AS PROVAS SEM ANTIDOPING:

– O comitê de corridas da AQHA esteve reunido em Ruidoso na quarta-feira antes das classificatórias do ALL AMERICAN/2012 que eu fui ver, em severa e importante reunião contra o uso de medicamentos ilícitos nas corridas.

– Estão fazendo todos os esforços para banir de vez qualquer tentativa de uso ilegal de medicamentos.

– Um grande grupo de criadores, elaborou uma forma de arrecadar dinheiro para avançar cada vez mais nas tecnologias de exames antidoping.

– Dr. Alred (dono de Los Alamitos) expulsou treinadores pegos em exames antidoping, ele não admite que proprietários e apostadores sejam enganados e comprometam o negócio dele.

Maiores informações sobre o assunto nos EUA, podem contatar o Vince Genco.

Os pontos positivos das provas sem antidoping:

Permite corrida sábado e domingo, o que pode ajudar no jogo e no resultado do leilão, além de facilitar para proprietários de fora de São Paulo. Porém nos EUA as provas são a cada 15 dias e muitos de nós temos cavalos correndo lá.

Pontos negativos das provas sem antidoping:

 

  • Provas não reconhecidas pela ABQM, nem pela AQHA.
  • Favorece o cavalo melhor medicado. O criador perde uma de suas principais funções: evoluir na criação de um animal melhor “LIMPO”.
  • Diminui a vida útil do animal. Aumenta o risco de acidentes: animal medicado, não respeita seus limites de dor e esforço. Gera falta de animais no jockey para formação de páreos.
  • Aumenta o custo dos proprietários que nada entendem de medicamento, e contratam “veterinários mágicos”, ou pagam contas astronômicas de seus treinadores. Na continuidade, abandonam o esporte pelo alto custo.
  • Estamos na contra mão do mundo. Provas SEM antidoping são ILÍCITAS.
  • Imagem das corridas é abalada. Perde a credibilidade. Novos proprietários sempre se sentem “enganados” pelos mais antigos.
  • A grande maioria dos criadores e proprietários são favoráveis as provas 100% antidoping, sem uso de drogas.
  • O jockey está no seu melhor momento para fazer esta aposta, pois bate recordes sobre recordes em jogo e arrecadação de dinheiro. O momento é agora para preservar o futuro dos cavalos.

Como todos são favoráveis ao ANTIDOPING, em 2011 decidiu-se trabalhar no projeto ANTIDOPING, que começaria a ser implantado progressivamente em Sorocaba Começou no GP Torneio Início, e ano a ano incorporaria-se outro GP no critério antidoping. Um por ano.

Dito e feito:

GP TORNEIO INÍCIO em 2012 tornou-se ANTIDOPING.

GP SUPER SPRINT em 2013 tornou-se ANTIDOPING.

Em 2014 era a vez do próximo GP SOROCABA FUTURITY ser ANTIDOPING… Ao invés disso, retrocedeu-se e agora o GP SUPER SPRINT permite DOPING.

4) VALORIZAÇÃO DO PROPRIETÁRIO

Na ordem de importância do mundo moderno, o CLIENTE É O REI.

O cliente do jockey é o proprietário. Ele que paga as contas do jockey. Ele que joga, ele que compra cavalos dos criadores, ele que paga o salário dos funcionários.

O proprietário, seja ele criador ou apenas proprietário tem que ser tratado como REI.

5) CALENDÁRIO:

O calendário hípico deve ser sempre divulgado antes da pré-inscrição do Gran Prix pelos criadores, para que os criadores já saibam o que e quando correrão os animais que inscreverão.

Os proprietários saberão o que e quando seus cavalos irão correr, antes de comprá-los, uma motivação a mais para esta compra.

6) CUIDADO AO SE CRIAR NOVOS GRANDE PRÊMIOS. ELES PODEM ACABAR COM OUTROS:

Acabou o Brazilian Futurity. Por quê inscrever-se para o Brazilian, pagando inscrição, se 20 dias depois podemos correr o novo GP Sorocaba Futurity, uma prova SEM INSCRIÇÃO e com DOTAÇÃO GARANTIDA de R$ 400.000,00?

Os R$ 300.000 usados para criar um novo GP (20 dias após o tradicional Brazilian), poderia ser usado para criar Torneios Importantes, OU PÁREOS COMUNS COM MAIS BOLSA NO SEGUNDO SEMESTRE, onde falta corrida e cavalos.

 

  • Outro exemplo do calendário é fazer o GP POTRO DO FUTURO (ANTIDOPING) 13 dias após o MEGARACE (DOPING). Impossível o animal que correr o MEGARACE poder participar do GP Potro do Futuro.

O calendário do Jockey deve privilegiar sempre o animal, independente de eventos externos.

7) AUMENTAR PREMIAÇÃO NOS PÁREOS COMUNS:

São estes páreos comuns, que garantem as corridas durante o ano.

São estes páreos que nos mantém no jogo para investirmos em cavalos melhores.

São estes páreos que sustentam os profissionais que vivem do jockey.

8 ) PÁREO COMUM TEM QUE SAIR DE QUALQUER JEITO:

Os páreos comuns tem que sair (nem que sejam com 2 cavalos e pouco prêmio), senão os proprietários vendem seus cavalos, pois pagam as contas todo mês e não conseguem vê-los competirem. Com corridas a cada 21 dias, se não se forma um páreo o cavalo fica no mínimo 40 dias sem correr. Se pegar duas reuniões sem formar o páreo, fica 2 meses sem poder correr o animal, e gastou mais de R$ 1.500 por mês na sua manutenção, sem a emoção de vê-lo competir.

9) CORRIDAS QUINZENAIS:

Os custos de se manter cavalos no jockey é caro, principalmente quando a oferta para vender qualquer matungo é chamativa. Quanto mais possibilidade dos cavalos correrem melhor…

10) PAGAMENTO DE PRÊMIOS – CUIDADO COM O IR:

Um amigo meu participou de um Torneio de Poker, amplamente divulgado pela mídia. Foi bem e ficou entre os 3 vencedores. Ao receber seu prêmio, teve descontado o Imposto de Renda, apenas sobre o “lucro”, descontando sua inscrição.

Sugiro, um estudo jurídico sobre o assunto, como o pessoal do Poker deve ter feito, para que todas as inscrições sejam lançadas como “depósito/empréstimo”, e os ganhos dos proprietários sejam para devolução das inscrições, e só após ultrapassar o valor das inscrições, que o IR é devido e descontado.

Quem entende de jogo sabe que o segredo do sucesso no jogo, é “não matar o parceiro, para ter ele sempre”. O não pagamento de IR sobre as inscrições, significa algo em torno de R$ 300 a 400 mil reais ano, que voltam aos “parceiros”.

Não tem lógica pagar IR sobre inscrição. Sobre um dinheiro que o proprietário pagou para inscrever seu cavalo. Isso é dupla tributação.

11) SOMENTE SERÃO ACEITAS INSCRIÇÕES DE PROPRIETÁRIOS E PROFISSIONAIS QUITES COM A TESOURARIA.

Uma forma do jockey ter seu fluxo de caixa organizado, é cumprir rigoriosamente uma regra estabelecida há anos no Jockey:.

Esta é a melhor forma de “forçar” todos estarem em dia.

12) PAGAMENTO DO JOGO PELO JOCKEY AOS VENCEDORES

O jogo deve ser pago aos ganhadores no dia (principalmente se são de fora do país).

Qualquer hipódromo/jockey do mundo, desde Los Alamitos nos EUA, passando pelo quebrado Jockey de São Paulo, e chegando ao pequeno Jockey de Coronel Oviedo no interior do Paraguai, o jogo é pago no dia.

Isso nos ajuda a dar cada vez mais credibilidade ao jockey, evita transtornos de como mandar o dinheiro ao pessoal de fora.

Não podemos esquecer que COBRAMOS PARA BANCAR O JOGO. Temos obrigação de ter dinheiro ou cheque para pagar os ganhadores do jogo na hora.

13) PRESTAÇÃO DE CONTAS DO CONDOMÍNIO

Da mesma forma que o edifício onde moramos e pagamos condomínio, a administradora deve prestar contas do condomínio e realizar reuniões regulares com os condôminos.

14) PRESTAÇÃO DE CONTAS DO GRAN PRIX:

O Gran Prix é uma bolsa formada pelos criadores e proprietários que distribui o valor apurado em inscrições.

Os sócios devem receber mensalmente, ou a cada reunião um extrato da distribuição de dinheiro do Gran Prix. Se no final do ano sobrou dinheiro do Gran Prix, ele deve ser devolvido aos inscritores proporcionalmente as inscrições. O ideal é distribuir tudo.

15) INVESTIR NO TATERSALL:

Pinta-lo, colocar laje na entrada, comprar os ventiladores de teto… Tudo isso custa pouco e diminuem muito os custos dos leilões.

 

Vamos debater, vamos todos para o mesmo lado, o lado do CAVALO QUARTO DE MILHA DE CORRIDA.

Se você discorda de alguma destas sugestões, mande sua crítica, seu comentário, sua indignação, que colocaremos no blog, para que todos vejam seu ponto de vista.

 

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agosto 22, 2013 Por Haras Vista Verde

OPINIÃO – transferência de embriões – Entrevista Revista QM Garanhões

 

EM AGOSTO COMEÇA A TEMPORADA DE MONTA NO BRASIL

 

Tentamos idealizar os melhores cruzamentos, em busca dos melhores resultados.

 

Algumas éguas ficarão cheias (prenhes), outras serão doadoras de embriões, coletarão embriões e depois ficarão prenhes ou vazias.

 

Muitos me perguntam minha opinião sobre a transferência de embriões, e embora seja um assunto polêmico, eu tenho uma posição muito clara sobre o assunto.

 

Sou a favor da transferência de embriões CRITERIOSA, e absolutamente contra a transferência de embrião aleatória.

 

O que isto significa, é que sou absolutamente favorável a fazer transferência de embriões em éguas que merecem, e para merecerem tem que ser uma reprodutora que justificou ser uma matriz MELHORADORA, ou seja uma matriz que produziu craques, que produziu bons cavalos.

 

Se você, como eu, tem uma matriz de EXCELENTE PAPEL, maravilha, deixe-a prenha. Não faça Transferência de Embrião. É caro e não compensa! Espere ela justificar como reprodutora para fazer TE.

 

Se você tem uma matriz de EXCELENTE PAPEL, e MARAVILHOSA CAMPANHA NAS PISTAS, ou é PRODUTORA CLÁSSICA, faça uma Transferência (como se fosse um seguro) e deixe-a prenha, assim você terá certeza que vai nascer um produto dela, e se der tudo certo e nascerem dois, muito bom.

 

Infelizmente algumas pessoas, e eu já fiz este erro, acham que sua égua é espetacular, pois tem um super pedigree. Só isso não basta.

 

Uma matriz tem que ter físico, pedigree, campanha e produção.

 

Se ela só tem físico e pedigree, pode ser uma reprodutora, pois se não tiver nem pedigree, pra que cobrir…

 

Para ser uma doadora de embriões, precisa ser PRODUTORA.

 

Muitos vão te incentivar a fazer muitas TEs, não faça!

 

Veja quanto custa criar um potro de Transferência de embrião:

 

– Cobertura boa (valor médio) R$ 7.000,00
– Depreciação da doadora R$ 5.000,00 (no caso de uma égua que valha R$ 50.000,00)
– A Transferência R$ 3.500,00
– 12 meses de prenhes da receptora R$ 7.200,00
– Taxa de nascimento R$ 600,00
– 06 meses da receptora até o desmame R$ 3.600,00
– Registro de primeiro animal de TE na ABQM R$ 1.500,00
– 12 meses do potro até a venda R$ 7.200,00
– Pré inscrição no Gran Prix R$ 1.000,00
– Inscrição no Challenge R$ 700,00.
– Custo de venda do potro, (entre inscrição e comissão de leilão) R$ 5.000,00

 

– Total de custo para venda do potro: R$ 42.000,00.

 

A grosso modo, este é um valor de custo para produzir este potro, fruto de Transferência de embrião.

 

Isto, sem contar o custo de depreciação do haras, o custo financeiro dos 3 anos que levaram para chegar ao potro em idade de leilão. Sem considerar o prazo de pagamento dado ao potro na hora da venda.

 

Analise tudo isso, e veja que o produto de TE, tem que ter uma mãe com mais do que só pedigree.

 

Sei que é polêmico, mas quero poder ajudar alguns iniciantes, que as vezes se empolgam pela TE e depois desanimam com os custos.

 

 

 

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novembro 22, 2012 Por Haras Vista Verde

TABELA DE ÍNDICE DE VELOCIDADE AAAT

Muita gente me pergunta sobre o que é Indice de Velocidade, ou Speed Index, como é chamado nos Estados Unidos.

O Índice de Velocidade do animal, é calculado pelo tempo que ele percorreu determinada distância, e varia de acordo com o Jockey Clube que ele correu.

Ex: animal que marcou no Jockey Clube de Sorocaba nos 402 metros 21,51s, com 53 kilos de peso do jockey, recebe o ínice de velocidade 100. Cada 4 centésimos a mais que ele leva para percorrer os mesmos 401 metros, ele perde 1 índice, ou seja, se fizer a distância em 21,55s ele terá índice 99, e se fizer em menos tempo, como 21, 47s ele tem índice 101.

Quando ele faz índice de 80 a 89, recebe o Registro de Mérito AA (double A), quando faz de 90 a 99, recebe AAA (Triple A), e quando faz acima de 100 de índice, seu Registro de Mérito é AAAT (Top Triple A)

Porém, você deve ficar atento em alguns fatos importantíssimos, que podem te fazer analisar o índice de forma errada.

A primeira é saber se ele correu  PADOCK (onde não tem exame antidoping após a corrida) ou se correu numa prova com Antidoping. Infelizmente, mesmo alertada por nós, a comissão de corrida do Jockey Clube de Sorocaba, utiliza a mesma tabela para provas de Padock e antidoping, o que é um erro, já que nas provas de Padock os animais são mais rápidos. Exemplo recente para comprovar nossa teoria:

No dia 20/10/12 correu-se em Sorocaba as finais do GP Taça de Ouro (PADOCK) e as finais do GP CONSAGRAÇÃO (ANTIDOPING), ambas em 402 metros. No OURO ganhou Rei da Raia com o tempo de 21,42s e fez Indice AAAT 102. No Consagração, ganhou My First Stones com o tempo de 21,64s e fez índice AAA 96. Lógico que o Consagração é uma prova de Grupo 1 e o Ouro não é Grupo 1, mas um leigo, olhando só índice, vai achar que o do Ouro é melhor. Não, o Ouro foi no PADOCK!

Outro fato importante é avaliar o peso do jockey. Os índices, são para cavalos que correram com peso do jockey de 53 kilos. A cada kilo a menos do jockey, acrescentase 0,05 segundo a mais no seu tempo para apuração de índice. Se um cavalo correr de 53 kilos e fizer 21,51s nos 402 metros em Sorocaba terá índice AAAT 100. Se ele correr de 51 kilos, nos mesmos 21,51s, acrescenta-se 0,05 x 2 = 0,10 s, portanto para índice ele terá feito 21,61s para obtenção de índice, e terá índice AAA 97.

Outro fato importante é o Jokcey Clube onde correm:

Como é definida a Tabela de índice de Velocidade?

De acordo com as regras da AQHA e da ABQM, a cada ano e para cada pista reconhecida, a ABQM ou a AQHA seleciona os três melhores tempos em cada distância (sem repetir o animal) em cada um dos três últimos anos e tira a média destes nove tempos, para encontrar então o tempo que representará o novo índice de Velocidade 100. A Tabela de índice de Sorocaba está desatualizada.

Por que não usar o mesmo índice para todas as pistas?

Porque o piso, as condições atmosféricas variam de lugar para lugar.

Nas pistas onde correrm os melhores cavalos o índice é mais difícil de se fazer melhor índice. Veja por exemplo, neste final de semana, no maior hipódromo de corridas de Quarto de Milha do mundo, LOS ALAMITOS, o maior índice de Velocidade conseguido por um cavalo foi AA – 87. Lá é o lugar mais dificil do mundo para se fazer índice, pois lá correm os melhores cavalos do mundo. No sábado em Los Alamitos, o maior índice foi AA – 83, e no domingo o maior índice foi AA 82.

Como você deve usá-lo para avaliar um cavalo

É por isso que não se vive só de Indice de Velocidade. Cuidado ao analisar um cavalo ou a produção de uma matriz apenas pela tabela de índice. Na dúvida, pode nos consultar.

Temos uma égua JULIANA VISTA, que tem índice AA, e é corredora clássica em Sorocaba, obtendo segundo lugar num Grupo 1 – GP Torneio Início, e temos outra que é AAAT e nunca correu um clássico… eu prefiro a JULIANA…

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