Ontem recebi a notícia de um cliente, que comprou dois animais de nossa criação para correr este ano, que o machinho WINTER VERDE havia morrido no Jockey, e ele não sabia o que havia acontecido, já que vive em outro país e deixou estes animais em treinamento no Jockey Clube de Sorocaba.

A notícia de hoje é pior, a feminha também veio a falecer.

Fico estarrecido com a incompetência de profissionais que fazem algo ao qual não são qualificados para fazer.

Sempre ouvi, em qualquer treinamento empresarial, que o problema é ter trabalhando contigo o “burro com iniciativa”. Quem é o “burro com iniciativa”? É aquele que não sabe, e não precisa saber, mas acha que sabe e toma a iniciativa de fazer.

Alguns treinadores viram “mestres em alquimia”, desenvolvendo medicamentos para aplicar nos cavalos, achando que esta é a solução para correrem mais, virarem mais no tambor, ou oferecerem mais resistência. Papo furado. O que faz um cavalo correr é GENÉTICA, CRIAÇÃO E TREINAMENTO.

Estes remédios são indicados por quem acha que sabe, e aplicados por quem acredita nestes que dizem que sabem.

É impressionante como aplicam em seus pupilos substancias que nem sabem o que são, mas foram indicadas e recomendadas. Os “mais inteligentes”, não se arriscam em aplicar medicamentos por conta própria, preferem remédios recomendados pelos veterinários. Chegam ao cúmulo de receberem uma seringa, sem nenhuma identificação do que tem lá dentro e aplicam nos cavalos.

O resultado é sempre este… a morte dos animais, que não são máquinas. São seres vivos, e devem ser respeitados.

A tristeza é grande. Vi estes bichinhos nascer. Idealizei os cruzamentos, conheço o potencial. Sinto-os sempre como meus… Este ano, já havia acontecido isso com um outro cavalo criado por nós, e quase morri junto, quando o treinador que cuidava dele, me confidencializou? “acertei o remédio”… o cavalo morreu?

Mesmo sem estarem medicados, ainda correm o risco de morrer, por participarem de um esporte de alta performance, imagine então com remédios clandestinos e sem critério… pode abrir a cova.

Ainda bem que ano que vem só duas provas serão sem antidoping, o BRAZILIAN e o MEGARACE, as outras todas corridas serão com antidoping.

Nós só vamos correr antidoping. Isto é turfe justo, limpo e respeitando os atletas, que são os mais importantes de nosso negócio.

Hoje é domingo e uma de minhas funções prediletas é tratar os animais…

QUE BENÇÃO, que ALEGRIA!

Eu tenho dó daqueles que “se acham”.

“Se acham” superiores por que são filhos, genros, noras. Superiores porque tem dinheiro. Superiores porque acham que SÃO.

Muitas vezes, e na grande maioria das vezes, eles não são, eles ESTÃO, mas “se acham”.

Eles não são deputados, eles ESTÃO deputados. Eles não são Presidentes, eles ESTÃO presidente. Eles não são a empresa, eles ESTÃO na empresa. Eles não são ricos, eles ESTÃO com dinheiro.

Minha dó vem, porque estas pessoas se sentem superiores a outras e na verdade, ninguém é superior a ninguém… Manter a humildade é algo que devemos ensinar nossos filhos para o futuro deles. RESPEITAR!

Acho que isto é que me faz amar tanto os cavalos. Como qualquer competição: ganha um. Perdem vários. Os momentos de derrotas serão sempre muito maiores que os de vitória. Mas na vida não é assim? E porquê gosto? Porque nos ajuda a manter-nos humildes, a respeitar os outros. A formar nossa personalidade. A aprender a perder, aprender que o sol nasce para todos.

Quem poderia imaginar que neste final de semana seriamos eliminados pelo PARAGUAI na Copa América? Quem imaginaria que o São Paulo Futebol Clube levaria quatro “chocolates” do Palmeiras? Quem imaginaria que UISQUE VERDE perderia a final do GP Rei da Velocidade?

Ainda bem que WEST VERDE salvou o final de semana e nos levou a final do GP Potro do Futuro. A lição do fim de semana é doída, mas importante.

Manter a Humildade sempre!

Aos que “se acham”, tenho dó!

Hoje, dia 1 de janeiro, é o dia em que todos os cavalos do hemisfério norte fazem o chamado aniversário hípico.

É a data de corte para enturmações nas competições. Assim, os cavalos de mesma idade, podem competir com igualdade de condições, como acontece nos futuritys (provas clássicas para animais de 2 anos) ou nos Derbys (provas clássicas para animais de 3 anos).

Por isso, os criadores buscam sempre que seus produtos nasçam o quanto mais perto de 1 de janeiro possível, mas nunca antes desta data. Pois se o potro acidentalmente nasce antes de 1 de janeiro, vai competir com animais quase um ano mais velhos, e assim, ficar em grande desvantagem.

Já no hemisfério sul, onde fica nosso Brasil, a data de referência para aniversário hípico é o dia 1 de julho.

Aqui vai nosso parabéns a todos estes animais que contribuíram e continuam contribuindo pela melhora genética do no Haras Vista Verde. Éguas e garanhões importados dos Estados Unidos, como é o caso de Chicks Lorenita, esta linda tordilha filha de Chicks Beduino.

Chicks Lorenita