setembro 30, 2014 Por Haras Vista Verde

O difícil mercado do Puro Sangue Inglês

O PSI ou Puro Sangue Inglês. TB em inglês do Thorougbred é talvez a raça de cavalos mais antiga a manter um Stud Book, o registro genealógico.

Esporte dos Reis, o Turfe fiou amplamente conhecido através do Puro Sangue Inglês, e esta é talvez a única raça com cavalos e esporte no mundo inteiro. Você houve falar de corridas de PSI no Brasil, Argentina, Uruguai, Peru, Chile, Estados Unidos, França, Japão, Itália, Alemanha, Austrália, China, etc.

No mundo todo, o Turfe de PSI mantém sua tradição, e seu glamour. Infelizmente no Brasil, a realidade é outra. Muitos criatórios desaparecendo, hipódromos com baixa frequência. Tudo isto é o retorno recebido por administrações ruins das entidades que administram ou administraram o esporte, as corridas do PSI. Em especial citamos aqui a fraca administração dos hipódromos e das entidades de criadores que estão conseguindo acabar devagarinho com o Turfe de PSI.

Os números são assustadores. Em 2013 o número de produtos registrados foi de 2.686 contra 4.500 há 20 anos atrás. Os criadores caíram de mais de 1.400 para pouco mais de 350. As éguas, de quase 9.000 matrizes para 3.300 (fonte Stud Book Brasileiro – Jornal do Turfe). É de chorar. Um esporte cujos pedigrees vem dos anos de 1.700, cuja base ajudou a formação de outras raças, com influência definitiva na minha paixão, o Quarto de Milha de Corrida, e que é apreciado no mundo inteiro, está em queda constante no Brasil. O triste é que pouco fazem para mudar esta história, cujo fim está anunciado.

Há anos defendo que os hipódromos tem que entender que o “patrão”, o “chefe”, o “cliente”  é o Proprietário de cavalo de corrida e o apostador. Não são os burocratas que nada entendem de cavalo, que não tem nem um tostão investido no negócio, mas que se “acham” no poder de tratar mal um proprietário ou um apostador. Quem trata mal, perde o emprego, perde o cliente, e é isto que está acontecendo com a maioria dos hipódromos no Brasil.

Tratar bem o cliente, o proprietário, é fazer corridas justas e sérias, com antidoping. É só deixar correr quem está rigorosamente em dia com os pagamentos a entidade. É promover muitos páreos para que o cliente (proprietário) possa correr seus cavalos e aproveitar e se divertir com seu hobby. É não aborrecer o proprietário, com regras claras e limpas, sem querer levar vantagem em tudo. É dar prêmios justos, e desenvolver um marketing e atrair novos proprietários e apostadores para o HOBBY mais gostoso do mundo: a corrida de cavalos.

É ilusão quem acha que vai ganhar dinheiro com cavalo. Quem é que ganha dinheiro com seu barco de hobby? Ou com sua casa de campo? Ou com seu jogo de Tênis? Ninguém. Tudo isso é HOBBY, LAZER e aqui não se ganha dinheiro, ganha-se VIDA, ALEGRIA, DESCANSO. Ganhar dinheiro só tem uma forma honesta de fazê-lo: TRABALHANDO.

Lógico que o Turfe, o cavalo de corrida, pode te fazer ganhar dinheiro pois os prêmios são interessantes. No Quarto de Milha, as corridas chegam a distribuir, só em Sorocaba, mais de R$ 4.000.000 em prêmios, mas NINGUÉM entra nisto, para ganhar dinheiro, e TODOS aqueles que conheci, que entraram na atividade para ganhar dinheiro, desaparecem… Sabe a história do SONRISAL? Ponha um SONRISAL num copo dágua… veja o barulho que ele faz… depois de muita bolha, ‘barulho”, o SONRISAL vai desaparecendo no meio da água… é isso que acontece com aqueles que entram nas corridas de cavalo, porque é “chick”  ou porque acham que vão ganhar dinheiro. Viram “fogos de artifício”…

Só fica na atividade quem ama o cavalo. Gosta de competir, se sente dono de uma “escuderia”, busca melhoria contínua, aprendizagem, DIVERSÃO e ENTRETENIMENTO, com uma rede de amigos com os mesmos objetivos. Estes sim duram na atividade.

Mas se não vamos ganhar dinheiro nesta atividade, ao contrário, vamos gastar para nos divertir, que não me venha os Jockey Clubes tirar minha tranquilidade.  Porque aí o proprietário vai embora, desiste da atividade e vai jogar golfe, comprar um barco, viajar. Nós, que amamos o cavalo temos que buscar a FELICIDADE de nossos clientes, dos PROPRIETÁRIOS. Temos que PAGÁ-LO em dia na hora que ele ganha, afinal, ele paga em dia a entidade, senão não pode correr. Temos que ser transparentes e divulgar a relação dos cavalos inscritos nos Grande Prêmios, temos que fazer corridas com antidoping, para serem justas a todos, temos que promover corridas sempre, para que o proprietário possa ver seu cavalo correr e se divertir na atividade, e não ter seu cavalo sem correr, “porque não saiu o páreo”.

Que o que infelizmente está acontecendo no PURO SANGUE INGLÊS, sirva de exemplo a NÃO SER SEGUIDO por todas as demais raças, e esportes. Que usemos o PSI como exemplo de que quando se trata mal o cliente, perde-se o negócio!

Me sinto orgulhoso por ter criado o STUD DOS AMIGOS. Um exemplo a ser seguido. Este STUD foi criado com o único intuito de atrair novas pessoas as corridas de cavalos. Nele, qualquer “leigo”, que nunca participou de uma corrida de cavalo, “degusta” este novo hobby, este novo esporte, sabendo quanto lhe vai custar, o que eu pode ganhar e o que pode perder. O STUD DOS AMIGOS deu tão certo que começou com um time de 5 cavalos e no ano que vem (2015) já serão 10 cavalos, pois a procura foi tão grande de novos interessados, que hoje dobramos o STUD . Cada um é sócio dos 10 cavalos, paga uma parcela fixa por mês, participa das corridas. Tudo que os cavalos ganham, entra para o STUD. No fim, os 10 cavalos são vendidos e divide-se o dinheiro dos prêmios e da venda dos cavalos entre os sócios, com uma garantia mínima de 50% de retorno. Regras claras, cliente feliz: é só desta forma que o bolo cresce…

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