junho 27, 2014 Por Haras Vista Verde

Coragem e determinação

Se eu pudesse dar minha modesta opinião, não cederia a todas as imposições da FIFA e não realizaria a COPA DO MUNDO no BRASIL, já que nosso país tem outras prioridades.

Porém, nosso governo é populista e futebol é a paixão nacional. Tomaram uma atitude totalmente irracional, e “brigaram”  para conseguir que a COPA acontecesse no Brasil.

Um dos poucos exemplos da catástrofe da decisão foi o dia 12 de junho na abertura da COPA em que a prefeitura de São Paulo (PT) decretou feriado em São Paulo. Perfeito seu prefeito (desculpe o trocadilho), em pleno dia 12 de junho São Paulo (uma das maiores cidades do mundo) parou “p´rá ver a banda passar”, ou melhor, para ver a abertura do mundial. Quem pagou a conta? Novamente nós. O povo, os empresários. Minha empresa não trabalhou no dia 12 de junho, mas meus funcionários receberam por este dia não trabalhado. O governo recebeu este dia. Não nos deram nenhum desconto nos impostos, nem no IPTU, nem no IPVA (municipais), nem nos impostos sobre a folha de pagamento.

São Paulo parou. Funcionários pararam. As lojas venderam quase nada, mas pagamos o dia de todos os funcionários, inclusive os funcionários do governo, através de nossos  impostos. Parece piada, mas é a pura verdade. Qualquer país sério do mundo, qualquer governante consciente, não tem como justificar o ato de PARAR uma metrópole como São Paulo, com quase 11 milhões de habitantes por causa do “trânsito” que poderia acontecer com a ida de 68 mil torcedores ao Itaquerão.

Porém nós temos que cumprir. Quem não está feliz que se mude! Se você não concorda, por exemplo, com o rodízio de automóveis em São Paulo, nada pode fazer… ou troca de cidade, ou toma multa, ou respeita o rodízio. O mesmo ocorre com a COPA DO MUNDO e com o país da paixão pelo futebol e do pouco compromisso com a produtividade, o crescimento, a geração de riqueza para o povo!

Feito meu desabafo sobre a COPA DO MUNDO e as decisões de nossos dirigentes, não posso deixar de louvar a FIFA, pela decisão tomada ontem.

Cada vez fico mais impressionado com a entidade. Ela sabe fazer festa. Sabe se impor. Não se dobrou ao governo brasileiro. E ontem tomou uma decisão que me impressionou positivamente: Suspendeu o jogador Luiz Soares por 9 jogos, 4 meses proibido de ir aos estádios e com uma multa de quase R$ 250.000. Sabe porque a FIFA fez isso? Para salvaguardar o que tem de mais precioso: a credibilidade!

Mordida de Luiz Soares na foto da sporttv.globo.com

Mordida de Luiz Soares na foto da sporttv.globo.com

Imaginem a pressão que a FIFA está sofrendo do Uruguai, dos Uruguaios. Imaginem se o próximo jogo do Uruguai fosse contra o Brasil? O papo seria que suspenderam o “mordedor”  para ajudar o Brasil (já estão falando isso), mas não… suspenderam o imprudente jogador, porque ele infringiu normas de esportividade, deu mau exemplo a milhões de pessoas que o assistem, o invejam, o admiram.

Coragem e determinação da FIFA é o que falta a muitos dirigentes, governantes, presidentes. Coragem de tomar a decisão certa, doa a quem doer. Decisão de coragem.

John Kennedy assim falou: “Não posso lhe dar a fórmula do sucesso, mas a do fracasso é querer agradar a todo mundo”

Assim funciona tudo neste mundo… quando você quer agradar a todos, não agrada ninguém, e o pior, toma atitudes erradas como líder. A FIFA não quis agradar ninguém, e sim manter a seriedade de seu negócio, não permitindo que o vilão se tornasse “coitadinho”. As entrevistas de seus companheiros são lastimáveis: “coisas do jogo… outros fizeram pior..” O que há de pior do que usar uma tática antidesportiva para se tirar proveito? Isto não é garra uruguaia… isto é doentio e precisa ser tratado… Não é sua primeira vez.

Está chegando a hora de tomarmos decisões grandes, desta natureza também no cavalo… Aquele treinador que dopa um cavalo, numa prova antidoping, não é coitadinho, independente de quem seja o cavalo, ele é antidesportista. Quer se aproveitar de algo proibido para levar vantagem. Isso é falta de caráter, é malandragem é picaretagem. É vontade de ganhar sendo malandro, hahaha…

Imaginem então as provas que são “cara limpa”, sem controle antidoping… deve ganhar aquele que tem o melhor pedigree, ou aquele que sabe dopar melhor?

 

Nilson Genovesi, leiloeiro rural e talvez a pessoa que mais entende de corridas no Brasil, já que nasceu no Jockey, sempre viveu cavalos de corrida. Participou de pencas e desafios no Brasil inteiro, vende todos os principais cavalos de corrida do Brasil, sejam PSI ou Quarto de Milha, se manifestou ontem da seguinte forma sobre a CAMPANHA A FAVOR DO CAVALO:

“Amigos,

            Demorei um pouco para me manifestar. Isso porque é difícil formar uma opinião absoluta sobre o assunto. Temos nossas condições regionais, nossas tradições e a imperiosa necessidade de manter economicamente viável a instituição Jockey Club de Sorocaba. Então, ainda ponderando muito sobre o prazo para a implantação de medidas visando o que está proposto, envio uma recente decisão das autoridades britânicas a respeito de uso de medicamentos em seus cavalos de corrida. No caso, anabolizantes. Vejam a extensão da decisão, o rigor.

            O que sei é que, em algum momento, deveremos ir por esse caminho.

            Abraços,

             Nilsinho Genovesi”

Abaixo coloco a decisão (traduzida) das autoridades britânicas, que o Nilsinho menciona acima…

HORSERACING AUTHORITY APRESENTA POLÍTICA DE TOLERÂNCIA ZERO

O Horseracing Authority britânica revelou ontem o seu avançado estudo, de tolerância zero na política de esteroides anabolizantes. Os elementos principais da política é que não deve ser administrado esteroides anabolizantes num cavalo em qualquer ponto de sua vida, e todos os cavalos serão sujeitos a testes a qualquer momento, independentemente da localização física, uma vez registrado no Weatherbys. Todos os cavalos de raça britânica devem ser registrados no Weatherbys dentro de 12 meses após o nascimento. Qualquer teste cavalo positivo para esteroides anabolizantes ele será banido do treinamento por 12 meses, e da competição por 14 meses na Grã-Bretanha. Cavalos importados devem estar registrados no Weatherbys dentro de seis meses após a chegada, acompanhado por um atestado que mostra nenhuma evidência de administração de esteroides anabolizantes. Cavalos importados da Irlanda, França e Alemanha, que passaram 12 meses sob as suas políticas equivalentes serão isentos deste requisito, e os corredores desses países serão tratados como corredores britânicos e serão testados de acordo com a política de testes padrão. Todos os outros corredores estrangeiros devem estar na Grã-Bretanha, no mínimo com 14 dias de antecedência para facilitar a amostragem pós-chegada e análise.
A nova política da BHA, que se destina a ser implementada em 01 de janeiro de 2015, é o resultado de um projeto iniciado em 2013, que incluiu uma extensa pesquisa científica e consulta, a toda indústria de corrida, incluindo leiloeiras, organizações de veterinários, especialistas científicos e instituições de bem-estar animal. A literatura científica relacionada com o uso terapêutico de esteroides anabolizantes, os possíveis efeitos de melhoria de desempenho e métodos de detecção também foram revisados. O projeto teve como objetivo, não só aderir, mas também estabelecer que todas as corridas britânicas devem exceder sempre que possível, os padrões mínimos internacionais sobre o uso de esteroides estabelecido pela Federação Internacional de Autoridades nas corridas de cavalos. As normas mínimas desta Federação afirmaram que os esteroides anabolizantes não têm lugar em corridas de cavalos e não deve ser permitido dentro e fora de competição.

O Executivo Chefe da BHA Paulo Bittar disse: “A necessidade de uma posição internacional que estabelece padrões sobre o uso de esteroides anabolizantes em corridas de cavalos resultou na posição adotada pelo IFHA. A conquista da política de tolerância zero anunciada hoje, que excede o padrão mínimo internacional, tem o objetivo de assegurar que as corridas britânicas continuem na vanguarda da luta contra um problema que está entre as maiores ameaças enfrentadas por qualquer esporte mundial “.
Bittar acrescentou: “Esta posição, destina-se a garantir que a indústria, as corridas e o público apostador, poderão ter certeza de que todas os cavalos que correm em solo britânico o fazem em condições equitativas. Espera-se também que este seja mais um passo para a harmonização global através do esporte, e que o papel de liderança que a BHA adotou nesta questão possa resultar em outras nações que ainda não adotaram os padrões mínimos. Nossa política anterior que já cumpria os requisitos mínimos, e o anúncio de hoje vai mais longe, garantindo que a corrida em solo britânico mantenha sua posição preeminente em relação a como o uso de drogas é regulado dentro do esporte. Depois de difíceis 16 meses, como resultado das ações já tomadas por vários países, o esporte a nível mundial está agora em um lugar muito melhor quando se trata da regulação dos esteroides anabolizantes. “

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